Em 'A Cidade dos Asfixiados', um romance de tom profético e atual - em
um mundo no qual tanto se fala dos perigos da poluição atmosférica -, um
burguês do século XX é projetado no espaço-tempo e vai parar numa
cidade crepuscular e sufocante, a Cidade dos Asfixiados. Esta, por sua
vez, é um mundo subterrâneo, um mundo de cabeça para baixo, aonde os
filósofos passam o tempo resolvendo problemas de palavras cruzadas,
aonde os forçados usam traje a rigor, aonde os músicos são surdos e os
pintores são cegos, aonde as fontes, ao invés de água, distribuem ar - a
coisa mais preciosa que existe na Cidade dos Asfixiados; tanto é assim
que sua distribuição constitui privilégio da classe dominante e é
sobretudo pela qualidade do ar que respiram que os ricos se distinguem
dos pobres...
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